sábado, 8 de dezembro de 2007

O velho dilema entre o sagrado e o secular

Tenho observado em algumas pessoas, em específico aquelas que buscam viver para Cristo, um dilema que me é peculiar. A velha dicotomia entre o secular/sagrado entre o particular/público (particular referindo-se as crenças).

Queremos servir a Deus de todo coração, com todo o nosso ser, porém não podemos viver integralmente para obra.
Origina-se então o sofrimento e a sensação de sermos incompletos, ineficazes, de estarmos desperdiçando a nossa vida.

Mas será que estamos? É cabível esse sentimento? Será que o problema não está em deixarmos a nossa fé cristã hermeticamente distante do restante de nossa vida, sendo apenas liberada em cultos de louvores a Deus?

De fato é difícil levar uma vida íntegra - no sentido literal da palavra , totalidade, por inteiro - quando somos forçados a deixarmos de lado nossas crenças mais íntimas ao chegarmos no trabalho, na faculdade etc. Somos forçados a atuar como profissionais com mentes meramente secular. Nisso se manifesta o problema e a insatisfação.

Só para lembrar não há como desmembrar o indivíduo em dois,ficando de um lado a crença e do outro os atos. Somos constituídos de ambos, crença e atos são faces da mesma moeda.Nossas atitudes são influenciadas diretamente pelo que cremos, ou pelo menos devia ser.

Quando permitimos que o meio secular aprisione nosso evangelho, inviabilizamos sua atuação transformadora atráves de nós, assim como também retiramos a oportunidade dele irradiar em todo nosso viver.

Somos seres sociais , vivemos num mundo díspar.
É preciso que nós- os cristãos- assumamos as diferenças de nossa fé, movendo-a do nosso interior para a prática real, libertando-a de nossa particularidade para deixa-lá pública. Senão viveremos o eterno cabo de guerra da desagregação da espiritualidade em nosso viver rotineiro.

Somos seres espirituais, racionais, sentimentais, não há como dissociar essas constituintes afim de exercemos em momentos distintos a cidadania celeste e terrena.

Se somos novas criaturas nascidas do Espírito, se temos o caráter transformado, faz-se necessário então que ele se manifeste aqui na terra.

Ao permitimos que ele fique enclausurado na salinha da nossa religiosidade particular, inevitavelmente abrimos a brecha para insatisfação de não vivermos uma vida plena em Deus.

È preciso modificar a estrutura macro da nossa vida e da sociedade, é preciso alterar a base, ou seja, a mente social e individual. Pensando assim Charles Malik disse: " O problema não é só ganhar almas, mas salvar mentes. Se você ganhar o mundo inteiro e perder a mente do mundo, logo descobrirá que não ganhou o mundo."

Quando uma mente é transformada em Cristo subseqüentemente as ações são modificadas, por essa razão o aspóstolo Paulo disse: " E não vos conformeis com este mundo mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Rm 12:2

Precisamos fazer uma auto-análise afim de detectar em nossas mentes que partes ainda não estão cativas em Cristo.

Quando nossa mente renovada assumir o controle de tudo que somos o evangelho se propagará como centelhas vivas por toda nossa vida.

Nesse momento sentiremos o gozo da plenitude de vivermos em Cristo, para Cristo dissipando toda dicotomia, pois libertamos o evangelho que traz vida e o apresentamos a todos que convivem conosco.

Ele deixará de ser apenas percebido nas ebd's, culto e festas religiosas, mas será reconhecido em qualquer atitude nossa, seja ela ligada diretamente a eclésia ou apenas como civis, profissionais. Dessa forma estaremos vivendo e praticando as leis de Deus na cidadania terrena arruinando o dilema do sagrado x secular.

Que Deus nos ajude nessa dura mas gloriosa tarefa.

Carol.

Um comentário:

Unknown disse...

quanta palavra dificil heim, rs.

Dicotomia entre o secular e o espiritual. É uma coisa bem interessante.

Somos individuos integrais e devemos servir a Deus desta forma. Muitos querem ser espirituais demais e acabam se afastando dos homens, outros ficam seculares demais e acabam se afastando de Deus.

Cabe a nós saber que o que é secular também pode ser de Deus, afinal foi Ele quem criou o mundo, e o ser "espiritual" demais, ou demasiadamente bom pode nos destruir.

Abraço.

Bem vindos a loucura dessa cabecinha.Se possível volte sempre