Amor, indubitável AMOR

A maioria de nós imagina que Deus se relaciona conosco e define a qualidade da nossa vida dependendo do que está registrado na nossa lista de fracassos. Freqüentemente tentamos dar “garantias” a Deus que não iremos desapontá-lo, a razão para isso é que existe em nosso interior um desejo de nos colocar diante de Deus com fé num determinado voto qualquer, de que não iremos pecar novamente.

É exatamente isto que as religiões de um modo geral tentam nos apresentar: a oferta a Deus de alguma coisa que o motive a nos amar.

No íntimo do nosso ser existe algo que nos impulsiona a querer dar a Ele uma razão para nos amar, em vez de pensarmos apenas em simples e livremente receber seu amor gratuito e unilateral. E são freqüentes as vezes em que deixamos de compreender que Deus em nós se deleita por causa daquilo que Ele é, e não em razão daquilo que somos, ou como resultado daquilo que venhamos a ser, ou a fazer.

Aquele que mais te conhece é Aquele que mais te ama!

Trecho do livro “Graça” – Nélio da Silva – Ed. Best Books

Todo tempo é tempo de Deus

"Ate os jovens se cansam e ficam exaustos, e os moços tropeçam e caem; mas aqueles que esperam no Senhor renovam as suas forças. Voam alto como águias; correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam." Isaías 40:30-31


Em alguns momentos você subirá e voará com asas de águias. Bela imagem. Poucos pássaros, como as águias, são capazes disto. Elas são tão fortes que conseguem tirar proveito das correntes ascendentes de ar quente e sem mover uma pena, subir a grandes altitudes. Já se constatou que chegam a tingir 130 km por hora sem bater as asas.

Isaías afirma que quem espera no Senhor voará alto como as águias em determinados momentos impulsionados por um sopro do espírito. Haverá momentos em que você perceberá que, em algumas áreas da vida, é capaz de voar alto espiritualmente.

Talvez seja este seu caso agora: você se descobre sustentado pelo poder de Deus, Ele está respondendo às suas orações com uma generosidade extravagante, usando-o tanto que você chega a ficar atônito, dando-lhe o poder de se elevar acima da tentação e do pecado, tornando-o tão produtivo na vida profissional a ponto de surpreendê-lo e inundando-o de força e sabedoria além da sua capacidade.

Sinta-se muito grato. Faça todo o possível para continuar na corrente do poder do Espírito - obedeça à direção do Espírito.

Não pare de orar nem presuma que está voando alto com as suas próprias forças.

Porém há mais um versículo na descrição de Isaías...

Às vezes não voamos alto, mas conseguimos correr sem nos cansarmos.

Se for este o seu caso, a vida não lhe tem sido muito fácil: você não vê muitos milagres, precisa bater as asas de vez em quando, mas com persistência e determinação, sabe que está participando da corrida.

Conhece frustrações, mas também sente o prazer de Deus em sua obediência.

Precisa continuar correndo - fiel, obediente, servindo e orando, não tente fabricar o êxtase espiritual, não se compare com quem está voando alto neste momento.

Seu dia chegará. Basta continuar correndo.

Existe ainda uma terceira condição descrita por Isaías...

Há ocasiões em que não voamos alto nem conseguimos correr - por causa de dúvidas, da dor do cansaço ou do fracasso.

Nessas ocasiões, o máximo que conseguimos é andar e não desfalecer.

Nesse caso, não estamos andando sobre as águas, mas andando apenas, só nos resta dizer: "Deus, vou continuar firme. Não pareço muito frutífero nem produtivo e não me sinto vitorioso, mas não vou desistir. Obedecerei. Continuarei andando."

Acho que às vezes, na vida de Jesus - como quando ele estava no monte da transfiguração ou quando convidou seu amigo Lázaro a sair do túmulo - ele voava alto. Subia tão alto no Espírito que ninguém conseguia apanhá-lo.

Em outras ocasiões - como quando chorou pela desobediência de Jerusalém, quando se sentiu frustrado com a lentidão dos discípulos, quando deparou com a oposição dos líderes religiosos - a vida lhe foi mais dura. Mesmo assim Ele continuou correndo.

Não se desviou do curso nem quando implicava subir uma montanha.

Era capaz de percorrer longas distâncias.

No entanto, ao chegar a hora de pegar a estrada para o Calvário, ele não estava voando alto, nem correndo, quando colocaram a cruz em suas costas feridas e ensanguentadas. Ele andava. Embora jovem, tropeçou e caiu naquele dia.

Sua única alternativa era levantar-se outra vez e andar um pouco mais.

Às vezes, andar é só o que nos resta. Nessas ocasiões, porém, andar já é suficiente.

Talvez isso aconteça nos momentos em que a vida se mostre mais dura, quando queremos muito desistir, mas dizemos para Deus: "Não vou desistir. Continuarei colocando um pé na frente do outro. Levarei minha cruz. Seguirei a Jesus mesmo por esta estrada."

Talvez Deus dê mais valor a nosso andar que ao voar alto e correr.

Existem pessoas que correm bem depressa no mundo. Existem algumas águias que voam muito mais alto do que nossos olhos conseguem acompanhar. É duro ser andarilho quando se está cercado de corredores e águias, mas às vezes andar é o melhor que podemos oferecer a Deus. Ele entende tudo a este respeito.

Andar também conta.

Continue andando, porque aquilo pelo que esperamos não é mais importante do que o que acontece conosco enquanto esperamos!

Agora é só uma questão de tempo.

Trecho do livro “Venha andar sobre as águas” - John Ortberg – Pgs 222 - 227